rosaura soligo |
deitou-se ele de costas
e olhou-a sem reservas
deitou-se ela de bruços
e olhou-o assim também
ficaram ali
ele e ela
quietos
debaixo da estrela
dos ramos
dos panos
dos cantos
das janelas
olho a olho
corpo a corpo
tempo a tempo
em suspensão
em comunhão
...porque a vida 'em dois' parece assim, leve.
ResponderExcluirE essa leveza, entrega e comunhão faz tãoo bem!!!
ResponderExcluirPq vcs têm pensamentos tão nobres??
ResponderExcluireu fiquei só com INVEJAAAAAAAA!!!
bjs da anaragão
Ali no blog do Cícero – http://antoniocicero.blogspot.com/ – tem esta lindeza aqui, olha só:
ResponderExcluirDECLARAÇÃO
Quantas vezes lhe declarei o meu amor?
Declarei-o verbalmente inúmeras vezes
e o declaram todos os meus gestos tendentes
a você: a minha língua, a brincar com o som
do seu nome, Marcelo, o declara; e o declaram
os meus olhos felizes quando o vêem chegar
feito um presente e de repente elucidar
a casa inteira que, conquanto iluminada,
permanecia opaca sem você; e quando,
tendo apagado todas as lâmpadas, juntos,
no terraço, nos consignamos aos traslados
dos círculos do relógio do céu noturno
ou aos rios de nuvens em que nos miramos
e nos perderemos, declaro-o no escuro.
CICERO, Antonio. A cidade e os livros. Rio de Janeiro: Record, 2002.
acho que meu amor por você é mais ou menos assim:
ResponderExcluirnasce novamente a cada dia como o sol,
vive em você nas noites estreladas,
sonha com você nas noites frias,
caminha com você nas chuvas de verão,
e espera, sempre, por estar perto de você,
em algum lugar até o nosso outono chegar...
Foi Deus que fez a gente somente para amar, só para amar.
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