textimagens - rosaura soligo

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

inverno na roça

rosaura soligo

Meu pai olhou pela porta de vidro, com o vento uivando lá fora, e a conversa foi assim: 
"Quando faz frio que nem hoje, lembro que nesta época do ano eu tinha muita pena das vacas lá da propriedade, todas magras e com muito frio, sem saber onde ficar."
"É mesmo, pai?!"
"É. Eu recolhia todas no curral lá pela duas da tarde e elas achavam era muito bom!"
"Imagino que sim mesmo..."
"E sabe o que é engraçado? Cada vaca tem seu próprio lugar no curral: cada uma escolhe e é dela! Tinha a Fortuna, por exemplo, que ficava no canto aqui de baixo. Tinha a Brasinha, que ficava no outro lá de cima. E a Barrosa no outro. Coisa gozada isso..."
(minha mãe:) "E nenhuma queria o lugar da outra?".
"Claro que não. Pois se cada uma tinha o seu... E também tinha uma coisa: na hora de mamar, era só chamar o nome da vaca que o bezerro vinha – não só a vaca sabia que aquele era o seu nome, mas também o bezerro sabia que era o nome da sua mãe".
"Bonito isso, pai, bem bonito..."
rosaura soligo

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Não era!

Postado sexta-feira, 18 de março de 2011


imagens de Leonardo Soares

Aberto ao público novamente em 20 de julho!
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=717949134908767&set=a.150583244978695.23592.145632722140414&type=1&theater 

segunda-feira, 23 de junho de 2014

outras possibilidades


Agradecemos a todos pelas trinta e sete mil e tantas visitas nestes quase quatro anos.
É o olhar de vocês que aquece o desejo de seguir criando outras possibilidades de olhar.
[imagens de Leonardo Soares]
   








                 http://www.youtube.com/watch?v=YOFyJ82zrX0   

domingo, 22 de junho de 2014

medianeras

rosaura soligo












eram vizinhos
preguiçavam na praça
rezavam na capela
caroçavam na feira
e até olhavam 
na mesma direção.
jamais se viram
em tempo algum. 

sexta-feira, 2 de maio de 2014

segunda-feira, 21 de abril de 2014

domingo, 6 de abril de 2014

vidas por pouco cruzadas

rosaura soligo






uma bêbada 
em gritos,
três vendedoras
no soslaio
e um marido,
em rodas e bifes
de domingo,
se fingindo 
de morto.
a vida
como ela é.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

um estranho festival

vanessa simas












intimidades
postas
ao vento
são assim.
o mais,
se houver,
é imaginação.
nada mais,
nada menos,
nada além.

domingo, 23 de março de 2014

sábado, 22 de março de 2014

terça-feira, 18 de março de 2014

sexta-feira, 14 de março de 2014

já nem tempo faz


Faz um tempo. Um tempo em que joguei por baixo do tapete todos os pós que sobraram, todas as rugas, as baixezas, as vilanias. Faz um tempo que gastei minhas horas em vazios, que salguei corpo, carne e dias. Nesse um tempo passado, memória se fez de uma ou outra coisa, mas nunca de lembranças.     
Hoje, já nem tempo faz, foi-se apenas um. [Paty Yumi]