textimagens - rosaura soligo

sábado, 5 de novembro de 2011

um dia em que se possa não saber

leonardo soares

dai-me um dia branco, um mar de beladona
um movimento
inteiro, unido, adormecido
como um só momento.

eu quero caminhar como quem dorme
entre países sem nome que flutuam.

imagens tão mudas
que ao olhá-las me pareça
que fechei os olhos.

um dia em que se possa não saber.
[Sophia de Mello Breyner Andresen]

Um comentário:

  1. Ainda outro dia na sonolência
    De escuras árvores, eu sozinho,
    Ouvi batendo, como em cadência,
    Um tique, um taque, bem de mansinho...
    Fiquei zangado, fechei a cara -
    Mas, afinal me deixei levar
    E igual a um poeta, que nem repara,
    Em tique-taque me ouvi falar.

    ...
    ...
    ...
    ...
    ...

    Friedrich Nietzsche

    [Vocação de Poeta - Das canções do Príncipe Livrepássaro, poemas de 1882-1884, publicados em apêndice à Gaia Ciência, na edição de 1886]

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