leonardo soares [texto e imagem]
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e ele calado, pensativo em alguma invenção, em
alguma magia, mesmo que fosse a mesma que fazia o céu escurecer de repente e as
águas caírem com braveza. imaginava o movimento da roça chegar na cidade e
fazer do centro comercial o meio do mato. cada rua, rio. cada travessa,
afluente. o beco mais esquecido, afluente do afluente. ou do ribeirão,
serpenteando feito cobra coral. e do mercado central um brejo. e no seu jeito
de imaginar, trocava o zunido metálico do fechar de porta das lojas pelo
barulho dos bichos que cantavam com mais força no entardecer, quando a
claridade minguava e a noite, de pouco em pouco, de par em par, tomando o
espaço do dia, tingia tudo com um azul quase triste. mas achava que era só
sonho de sonhador, sonho sonhado que nunca seria de verdade.
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