leonardo soares
|
Abre-se o livro e o reino é distante
de tudo que conhecemos. Não há um feito heroico apenas, pois todos lutam a seu
modo para sobreviver. O rei existe e é tirano. As ruas cheiram ouro em barras e
pepitas, pois são feitas de imaginação. Quando os sóis nascem todos
os dias, é hora de regarimpar. As pessoas não conversam muito e se entendem
só de olhar. Lá os dragões bebem sangue, suor, lágrimas e toda a cachaça que houver. As pedras no caminho
são exatamente isso: pedras quase insuperáveis no caminho. Ali é proibido
sentir aquela saudade que torce o coração, pois ninguém aguenta saber a dor
que isso carrega. A solidão só é cultivada sozinha, não se divide nem com a sombra.
No final do arco íris tem sim um pote de ouro, mas ninguém jamais alcançou, a não ser o rei. Nas noites intermináveis, o sonho é de tudo que não é ali. Nesse livro não há números nem páginas,
apenas desejos.
[decalque de Rosaura Soligo a
partir do original, de Paty Yumi,
publicado em http://poisalgumlugar.wordpress.com/2012/04/21/livresco/]
Nenhum comentário:
Postar um comentário